Papa Francisco pede respeito mútuo em mensagem a
muçulmanos.
O papa Francisco enviou nesta sexta-feira uma mensagem pessoal, assinada
por ele mesmo, aos muçulmanos, no qual defende o respeito mútuo e pede para que
se ponha um "fim nas críticas injustificadas e difamações" entre ambas
as partes.
"Este ano decidi assinar pessoalmente esta mensagem", escreveu
o Papa em relação à mensagem que o Vaticano tradicionalmente envia todos os
anos por ocasião do Ramadã, e convidou ainda os muçulmanos a refletir, pedindo “a
promoção do respeito mútuo através da educação para evitar críticas injustificadas e difamações por parte
das duas religiões”.O Papa ressalta que seu nome 'Francisco' é o mesmo de um
santo que foi chamado de 'o Irmão universal'.
"Somos chamados a respeitar
em cada pessoa, primeiramente sua vida, sua integridade física, sua dignidade,
seus direitos, sua reputação, seu patrimônio, sua identidade étnica e cultural,
suas ideias e suas escolhas políticas. É por isso que nós somos chamados a
refletir, a falar e a escrever de maneira respeitosa do outro, não apenas em
sua presença, mas todos os dias e em todos os lugares, evitando a crítica
injustificada ou difamatória", insistiu."Para este fim, a família, a
escola, a educação religiosa e todas as formas de meios de comunicação
desempenham um papel determinante", prosseguiu.Nas relações entre cristãos
e muçulmanos, "somos chamados a respeitar a religião dos outros, seus
ensinamentos, símbolos e valores. É por isso que reservamos um respeito
particular aos líderes religiosos e locais de culto"."Como são
dolorosos esses ataques contra um ou outro", escreveu.Ele pediu os líderes
do Islã e do cristianismo a "encorajar os jovens a pensar e a falar de
maneira respeitosa das outras religiões e daqueles que as praticam, evitando ridicularizar
ou denegrir suas convicções e ritos".O Conselho Pontifício para o diálogo inter-religioso
envia a cada um aos muçulmanos uma mensagem de votos. Em 1991, João Paulo II
fez como Francisco, assinando pessoalmente a mensagem. A mensagem de 2013 é publicada
em um contexto de tensão, onde, na educação e nos meios de comunicação, no
Ocidente e no mundo Muçulmano, caricaturas são criadas sobre outras religiões.
E no momento em que muitos cristãos, principalmente no berço do cristianismo,
são impedidos de exercer sua religião e são perseguidos por grupos islamitas.
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