terça-feira, 31 de janeiro de 2012

ESPIRITUALIDADE

                                                         CARTA APOSTÓLICA

                                            SOB FORMA DE MOTU PROPRIO
                                                             PORTA FIDEI
                                                     DO SUMO PONTÍFICE
                                                              BENTO XVI
                                 COM A QUAL SE PROCLAMA O ANO DA FÉ

1. A PORTA DA FÉ (cf. Act 14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na
sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada
e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar esta porta implica embrenhar-se num
caminho que dura a vida inteira. Este caminho tem início no Baptismo (cf. Rm 6, 4), pelo qual podemos
dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna,
fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer participantes da sua
própria glória quantos crêem n’Ele (cf. Jo 17, 22). Professar a fé na Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo –
equivale a crer num só Deus que é Amor (cf. 1 Jo 4, 8): o Pai, que na plenitude dos tempos enviou seu Filho
para a nossa salvação; Jesus Cristo, que redimiu o mundo no mistério da sua morte e ressurreição; o Espírito
Santo, que guia a Igreja através dos séculos enquanto aguarda o regresso glorioso do Senhor.
2. Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o
caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do
encontro com Cristo. Durante a homilia da Santa Missa no início do pontificado, disse: «A Igreja no seu
conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto,
para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude»[1].
Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado.[2] Enquanto, no passado,era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes sectores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.
3. Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5, 13-16). Também o
homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf. Jo 4, 14). Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida,oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). De facto, em nossos dias ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento de Jesus: «Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna» (Jo 6, 27). E a questão, então posta por aqueles que O escutavam, é a mesma que colocamos nós também hoje: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?» (Jo 6, 28). Conhecemos a resposta de Jesus: «A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou» (Jo 6, 29).Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação.
4. À luz de tudo isto, decidi proclamar um Ano da Fé. Este terá início a 11 de Outubro de 2012, no
cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de Novembro de 2013. Na referida data de 11 de Outubro de 2012, completar-se-ão também vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, texto promulgado pelo meu Predecessor, o Beato Papa João Paulo II,[3] com o objectivo de ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé. Esta obra, verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II, foi desejada pelo Sínodo Extraordinário dos Bispos de 1985 como instrumento ao serviço da catequese[4] e foi realizado com a colaboração de todo o episcopado da Igreja Católica. E uma Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos foi convocada por mim, precisamente para o mês dois de Outubro de 2012, tendo por tema A nova evangelização para a transmissão da fé cristã. Será uma ocasião propícia para introduzir o complexo eclesial inteiro num tempo de particular reflexão e redescoberta da fé.Não é a primeira vez que a Igreja é chamada a celebrar um Ano da Fé. O meu venerado Predecessor, o Servo de Deus Paulo VI, proclamou um ano semelhante, em 1967, para comemorar o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo no décimo nono centenário do seu supremo testemunho. Idealizou-o como um momento solene, para que houvesse, em toda a Igreja, «uma autêntica e sincera profissão da mesma fé»; quis ainda que esta fosse confirmada de maneira «individual e colectiva, livre e consciente, interior e exterior, humilde e franca».
[5]Pensava que a Igreja poderia assim retomar «exacta consciência da sua fé para a reavivar, purificar,
confirmar, confessar».[6] As grandes convulsões, que se verificaram naquele Ano, tornaram ainda mais
evidente a necessidade duma tal celebração. Esta terminou com a Profissão de Fé do Povo de Deus,[7] para atestar como os conteúdos essenciais, que há séculos constituem o património de todos os crentes,
necessitam de ser confirmados, compreendidos e aprofundados de maneira sempre nova para se dar
testemunho coerente deles em condições históricas diversas das do passado.
5. Sob alguns aspectos, o meu venerado Predecessor viu este Ano como uma «consequência e exigência pósconciliar »[8], bem ciente das graves dificuldades daquele tempo sobretudo no que se referia à profissão da verdadeira fé e da sua recta interpretação. Pareceu-me que fazer coincidir o início do Ano da Fé com o
cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que
os textos deixados em herança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, «não
perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e
assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto
hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que beneficiou a Igreja
no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa».[9]Quero aqui repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: «Se o lermos e recebermos guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da
Igreja».[10]
6. A renovação da Igreja realiza-se também através do testemunho prestado pela vida dos crentes: de facto, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou. O próprio Concílio, na Constituição dogmática Lumen gentium, afirma: «Enquanto Cristo “santo, inocente, imaculado” (Heb 7, 26), não conheceu o pecado (cf. 2 Cor 5, 21), mas veio apenas expiar os pecados do povo (cf. Heb 2, 17), a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio,simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação. A Igreja “prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus”, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cf. 1 Cor 11, 26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz».[11] Nesta perspectiva, o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados (cf. Act 5, 31). Para o apóstolo Paulo, este amor introduz o homem numa vida nova: «Pelo Baptismo fomos sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova» (Rm 6, 4). Em virtude da fé, esta vida nova plasma toda a existência humana segundo a novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afectos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida. A «fé, que actua pelo amor» (Gl 5, 6), torna-se um novo critério de entendimento e de acção, que muda toda a vida do homem (cf. Rm 12, 2; Cl 3, 9-10; Ef 4, 20-29; 2 Cor 5, 17).
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7. «Caritas Christi urget nos – o amor de Cristo nos impele» (2 Cor 5, 14): é o amor de Cristo que enche os
nossos corações e nos impele a evangelizar. Hoje, como outrora, Ele envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28, 19). Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé. Na descoberta diária do seu amor, ganha força e vigor o compromisso missionário dos crentes, que jamais pode faltar. Com efeito, a fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria. A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança e permite oferecer um testemunho que é capaz de gerar: de facto, abre o coração e a mente dos ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir à sua Palavra a fim de se tornarem seus discípulos. Os crentes – atesta Santo Agostinho – «fortificam-se acreditando».[12] O Santo Bispo de Hipona tinha boas razões para falar assim. Como sabemos, a sua vida foi uma busca contínua da beleza da fé enquanto o seu coração não encontrou descanso em Deus.[13] Os seus numerosos escritos, onde se explica a importância de crer e a verdade da fé, permaneceram até aos nossos dias como um património de riqueza incomparável e consentem ainda que tantas pessoas à procura de Deus encontrem o justo percurso para chegar à «porta da fé».
Por conseguinte, só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus.
8. Nesta feliz ocorrência, pretendo convidar os Irmãos Bispos de todo o mundo para que se unam ao
Sucessor de Pedro, no tempo de graça espiritual que o Senhor nos oferece, a fim de comemorar o dom
precioso da fé. Queremos celebrar este Ano de forma digna e fecunda. Deverá intensificar-se a reflexão sobre a fé, para ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem mais consciente e revigorarem a sua adesão ao Evangelho, sobretudo num momento de profunda mudança como este que a humanidade está a viver.
Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre. Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão forma de fazer publicamente profissão do Credo.
9. Desejamos que este Ano suscite, em cada crente, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada
convicção, com confiança e esperança. Será uma ocasião propícia também para intensificar a celebração da
fé na liturgia, particularmente na Eucaristia, que é «a meta para a qual se encaminha a acção da Igreja e a
fonte de onde promana toda a sua força».[14] Simultaneamente esperamos que o testemunho de vida dos
crentes cresça na sua credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada[15] e reflectir sobre o próprio acto com que se crê, é um compromisso que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano.
Não foi sem razão que, nos primeiros séculos, os cristãos eram obrigados a aprender de memória o Credo. É que este servia-lhes de oração diária, para não esquecerem o compromisso assumido com o Baptismo.
Recorda-o, com palavras densas de significado, Santo Agostinho quando afirma numa homilia sobre a
redditio symboli (a entrega do Credo): «O símbolo do santo mistério, que recebestes todos juntos e que hoje proferistes um a um, reúne as palavras sobre as quais está edificada com solidez a fé da Igreja, nossa Mãe, apoiada no alicerce seguro que é Cristo Senhor. E vós recebeste-lo e proferiste-lo, mas deveis tê-lo sempre presente na mente e no coração, deveis repeti-lo nos vossos leitos, pensar nele nas praças e não o esquecer durante as refeições; e, mesmo quando o corpo dorme, o vosso coração continue de vigília por ele».[16]
10. Queria agora delinear um percurso que ajude a compreender de maneira mais profunda os conteúdos da
fé e, juntamente com eles, também o acto pelo qual decidimos, com plena liberdade, entregar-nos totalmente
a Deus. De facto, existe uma unidade profunda entre o acto com que se crê e os conteúdos a que damos o
4 nosso assentimento. O apóstolo Paulo permite entrar dentro desta realidade quando escreve: «Acredita-se
com o coração e, com a boca, faz-se a profissão de fé» (Rm 10, 10). O coração indica que o primeiro acto,
pelo qual se chega à fé, é dom de Deus e acção da graça que age e transforma a pessoa até ao mais íntimo
dela mesma.
A este respeito é muito eloquente o exemplo de Lídia. Narra São Lucas que o apóstolo Paulo, encontrando-se em Filipos, num sábado foi anunciar o Evangelho a algumas mulheres; entre elas, estava Lídia. «O Senhor
abriu-lhe o coração para aderir ao que Paulo dizia» (Act 16, 14). O sentido contido na expressão é
importante. São Lucas ensina que o conhecimento dos conteúdos que se deve acreditar não é suficiente, se
depois o coração – autêntico sacrário da pessoa – não for aberto pela graça, que consente ter olhos para ver em profundidade e compreender que o que foi anunciado é a Palavra de Deus.
Por sua vez, o professar com a boca indica que a fé implica um testemunho e um compromisso públicos. O
cristão não pode jamais pensar que o crer seja um facto privado. A fé é decidir estar com o Senhor, para
viver com Ele. E este «estar com Ele» introduz na compreensão das razões pelas quais se acredita. A fé,
precisamente porque é um acto da liberdade, exige também assumir a responsabilidade social daquilo que se
acredita. No dia de Pentecostes, a Igreja manifesta, com toda a clareza, esta dimensão pública do crer e do
anunciar sem temor a própria fé a toda a gente. É o dom do Espírito Santo que prepara para a missão e
fortalece o nosso testemunho, tornando-o franco e corajoso.
A própria profissão da fé é um acto simultaneamente pessoal e comunitário. De facto, o primeiro sujeito da
fé é a Igreja. É na fé da comunidade cristã que cada um recebe o Baptismo, sinal eficaz da entrada no povo
dos crentes para obter a salvação. Como atesta o Catecismo da Igreja Católica, «“Eu creio”: é a fé da Igreja, professada pessoalmente por cada crente, principalmente por ocasião do Baptismo. “Nós cremos”: é a fé da Igreja, confessada pelos bispos reunidos em Concílio ou, de modo mais geral, pela assembleia litúrgica dos crentes. “Eu creio”: é também a Igreja, nossa Mãe, que responde a Deus pela sua fé e nos ensina a dizer: “Eu creio”, “Nós cremos”».[17]
Como se pode notar, o conhecimento dos conteúdos de fé é essencial para se dar o próprio assentimento, isto é, para aderir plenamente com a inteligência e a vontade a quanto é proposto pela Igreja. O conhecimento da fé introduz na totalidade do mistério salvífico revelado por Deus. Por isso, o assentimento prestado implica que, quando se acredita, se aceita livremente todo o mistério da fé, porque o garante da sua verdade é o próprio Deus, que Se revela e permite conhecer o seu mistério de amor.[18]
Por outro lado, não podemos esquecer que, no nosso contexto cultural, há muitas pessoas que, embora não
reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera do sentido último e da verdade
definitiva acerca da sua existência e do mundo. Esta busca é um verdadeiro «preâmbulo» da fé, porque move as pessoas pela estrada que conduz ao mistério de Deus. De facto, a própria razão do homem traz inscrita em si mesma a exigência «daquilo que vale e permanece sempre».[19] Esta exigência constitui um convite permanente, inscrito indelevelmente no coração humano, para caminhar ao encontro d’Aquele que não teríamos procurado se Ele mesmo não tivesse já vindo ao nosso encontro.[20] É precisamente a este encontro que nos convida e abre plenamente a fé.
11. Para chegar a um conhecimento sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio precioso e
indispensável no Catecismo da Igreja Católica. Este constitui um dos frutos mais importantes do Concílio
Vaticano II. Na Constituição apostólica Fidei depositum – não sem razão assinada na passagem do trigésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II – o Beato João Paulo II escrevia: «Este catecismo dará um contributo muito importante à obra de renovação de toda a vida eclesial (...). Declaro-o norma segura para o ensino da fé e, por isso, instrumento válido e legítimo ao serviço da comunhão eclesial».[21]
É precisamente nesta linha que o Ano da Fé deverá exprimir um esforço generalizado em prol da
redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a sua
síntese sistemática e orgânica. Nele, de facto, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história. Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os 5 Mestres de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé.
Na sua própria estrutura, o Catecismo da Igreja Católica apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos
grandes temas da vida diária. Repassando as páginas, descobre-se que o que ali se apresenta não é uma
teoria, mas o encontro com uma Pessoa que vive na Igreja. Na verdade, a seguir à profissão de fé, vem a
explicação da vida sacramental, na qual Cristo está presente e operante, continuando a construir a sua Igreja.
Sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz, porque faltaria a graça que sustenta o
testemunho dos cristãos. Na mesma linha, a doutrina do Catecismo sobre a vida moral adquire todo o seu
significado, se for colocada em relação com a fé, a liturgia e a oração.
12. Assim, no Ano em questão, o Catecismo da Igreja Católica poderá ser um verdadeiro instrumento de
apoio da fé, sobretudo para quantos têm a peito a formação dos cristãos, tão determinante no nosso contexto cultural. Com tal finalidade, convidei a Congregação para a Doutrina da Fé a redigir, de comum acordo com os competentes Organismos da Santa Sé, uma Nota, através da qual se ofereçam à Igreja e aos crentes algumas indicações para viver, nos moldes mais eficazes e apropriados, este Ano da Fé ao serviço do crer e do evangelizar.
De facto, em nossos dias mais do que no passado, a fé vê-se sujeita a uma série de interrogativos, que
provêm duma diversa mentalidade que, hoje de uma forma particular, reduz o âmbito das certezas racionais
ao das conquistas científicas e tecnológicas. Mas, a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível
haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem
para a verdade.[22]
13. Será decisivo repassar, durante este Ano, a história da nossa fé, que faz ver o mistério insondável da
santidade entrelaçada com o pecado. Enquanto a primeira põe em evidência a grande contribuição que
homens e mulheres prestaram para o crescimento e o progresso da comunidade com o testemunho da sua
vida, o segundo deve provocar em todos uma sincera e contínua obra de conversão para experimentar a
misericórdia do Pai, que vem ao encontro de todos.
Ao longo deste tempo, manteremos o olhar fixo sobre Jesus Cristo, «autor e consumador da fé» (Heb 12, 2):n’Ele encontra plena realização toda a ânsia e anélito do coração humano. A alegria do amor, a resposta ao drama da tribulação e do sofrimento, a força do perdão face à ofensa recebida e a vitória da vida sobre o
vazio da morte, tudo isto encontra plena realização no mistério da sua Encarnação, do seu fazer-Se homem,
do partilhar connosco a fragilidade humana para a transformar com a força da sua ressurreição. N’Ele, morto e ressuscitado para a nossa salvação, encontram plena luz os exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa história de salvação.
Pela fé, Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio de que seria Mãe de Deus na obediência da sua dedicação (cf. Lc 1, 38). Ao visitar Isabel, elevou o seu cântico de louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizava em quantos a Ele se confiavam (cf. Lc 1, 46-55). Com alegria e trepidação, deu à luz o seu Filho unigénito, mantendo intacta a sua virgindade (cf. Lc 2, 6-7). Confiando em José, seu Esposo, levou Jesus para o Egipto a fim de O salvar da perseguição de Herodes (cf. Mt 2, 13-15). Com a mesma fé, seguiu o Senhor na sua pregação e permaneceu a seu lado mesmo no Gólgota (cf. Jo 19, 25-27). Com fé, Maria saboreou os frutos da ressurreição de Jesus e, conservando no coração a memória de tudo (cf. Lc 2, 19.51), transmitiu-a aos Doze reunidos com Ela no Cenáculo para receberem o Espírito Santo (cf. Act 1, 14; 2, 1-4).
Pela fé, os Apóstolos deixaram tudo para seguir o Mestre (cf. Mc 10, 28). Acreditaram nas palavras com que Ele anunciava o Reino de Deus presente e realizado na sua Pessoa (cf. Lc 11, 20). Viveram em comunhão de vida com Jesus, que os instruía com a sua doutrina, deixando-lhes uma nova regra de vida pela qual haveriam de ser reconhecidos como seus discípulos depois da morte d’Ele (cf. Jo 13, 34-35). Pela fé, foram pelo mundo inteiro, obedecendo ao mandato de levar o Evangelho a toda a criatura (cf. Mc 16, 15) e, sem temor algum, anunciaram a todos a alegria da ressurreição, de que foram fiéis testemunhas.
Pela fé, os discípulos formaram a primeira comunidade reunida à volta do ensino dos Apóstolos, na oração,
na celebração da Eucaristia, pondo em comum aquilo que possuíam para acudir às necessidades dos irmãos
(cf. Act 2, 42-47).
Pela fé, os mártires deram a sua vida para testemunhar a verdade do Evangelho que os transformara,
tornando-os capazes de chegar até ao dom maior do amor com o perdão dos seus próprios perseguidores.
Pela fé, homens e mulheres consagraram a sua vida a Cristo, deixando tudo para viver em simplicidade
evangélica a obediência, a pobreza e a castidade, sinais concretos de quem aguarda o Senhor, que não tarda a vir. Pela fé, muitos cristãos se fizeram promotores de uma acção em prol da justiça, para tornar palpável a
palavra do Senhor, que veio anunciar a libertação da opressão e um ano de graça para todos (cf. Lc 4, 18-19).
Pela fé, no decurso dos séculos, homens e mulheres de todas as idades, cujo nome está escrito no Livro da
vida (cf. Ap 7, 9; 13, 8), confessaram a beleza de seguir o Senhor Jesus nos lugares onde eram chamados a
dar testemunho do seu ser cristão: na família, na profissão, na vida pública, no exercício dos carismas e
ministérios a que foram chamados.
Pela fé, vivemos também nós, reconhecendo o Senhor Jesus vivo e presente na nossa vida e na história.
14. O Ano da Fé será uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho da caridade. Recorda São Paulo: «Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a
caridade» (1 Cor 13, 13). Com palavras ainda mais incisivas – que não cessam de empenhar os cristãos –,
afirmava o apóstolo Tiago: «De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé?
Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta. Mais ainda! Poderá alguém alegar sensatamente: “Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé”» (Tg 2, 14-18).
A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da
dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra realizar o seu
caminho. De facto, não poucos cristãos dedicam amorosamente a sua vida a quem vive sozinho,
marginalizado ou excluído, considerando-o como o primeiro a quem atender e o mais importante a socorrer,
porque é precisamente nele que se espelha o próprio rosto de Cristo. Em virtude da fé, podemos reconhecer naqueles que pedem o nosso amor o rosto do Senhor ressuscitado. «Sempre que fizestes isto a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40): estas palavras de Jesus são uma advertência que não se deve esquecer e um convite perene a devolvermos aquele amor com que Ele cuida de nós. É a fé que permite reconhecer Cristo, e é o seu próprio amor que impele a socorrê-Lo sempre que Se faz próximo nosso no caminho da vida. Sustentados pela fé, olhamos com esperança o nosso serviço no mundo,aguardando «novos céus e uma nova terra, onde habite a justiça» (2 Ped 3, 13; cf. Ap 21, 1).
15. Já no termo da sua vida, o apóstolo Paulo pede ao discípulo Timóteo que «procure a fé» (cf. 2 Tm 2, 22)com a mesma constância de quando era novo (cf. 2 Tm 3, 15). Sintamos este convite dirigido a cada um de nós, para que ninguém se torne indolente na fé. Esta é companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza por nós. Solícita a identificar os sinais dos tempos no
hoje da história, a fé obriga cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo.
Aquilo de que o mundo tem hoje particular necessidade é o testemunho credível de quantos, iluminados na
mente e no coração pela Palavra do Senhor, são capazes de abrir o coração e a mente de muitos outros ao
desejo de Deus e da vida verdadeira, aquela que não tem fim.
Que «a Palavra do Senhor avance e seja glorificada» (2 Ts 3, 1)! Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só n’Ele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro. As seguintes palavras do apóstolo Pedro lançam um último jorro de luz sobre a fé: «É por isso que exultais de alegria, se bem que, por algum tempo, tenhais de andar aflitos por diversas provações; deste modo, a qualidade genuína da vossa fé – muito mais preciosa do que o ouro perecível, por certo também provado pelo fogo – será achada digna de louvor, de glória e de honra, na altura da manifestação de Jesus Cristo. Sem O terdes visto, vós O amais; sem O ver ainda, credes n’Ele e vos alegrais com uma alegria indescritível e irradiante, alcançando assim a meta da vossa fé: a salvação das almas» (1Ped 1, 6-9). A vida dos cristãos conhece a experiência da alegria e a do sofrimento. Quantos Santos viveram na solidão! Quantos crentes, mesmo em nossos dias, provados pelo silêncio de Deus, cuja voz consoladora Aqueriam ouvir! As provas da vida, ao mesmo tempo que permitem compreender o mistério da Cruz e participar nos sofrimentos de Cristo (cf. Cl 1, 24) , são prelúdio da alegria e da esperança a que a fé conduz: «Quando sou fraco, então é que sou forte» (2 Cor 12, 10). Com firme certeza, acreditamos que o Senhor Jesus derrotou o mal e a morte. Com esta confiança segura, confiamo-nos a Ele: Ele, presente no meio de nós, vence o poder do maligno (cf. Lc 11, 20); e a Igreja, comunidade visível da sua misericórdia, permanece n ’Ele como sinal da reconciliação definitiva com o Pai.
À Mãe de Deus, proclamada «feliz porque acreditou» (cf. Lc 1, 45), confiamos este tempo de graça.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 11 de Outubro do ano 2011, sétimo de Pontificado.
BENEDICTUS PP. XVI

Evangelho Marcos 5,21-43

Naquele tempo, 21Jesus atravessou de novo, numa barca, para a outra margem. Uma numerosa multidão se reuniu junto dele, e Jesus ficou na praia. 22Aproximou-se, então, um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Quando viu Jesus, caiu a seus pés, 23e pediu com insistência: “Minha filhinha está nas últimas. Vem e põe as mãos sobre ela, para que ela sare e viva!”
24Jesus então o acompanhou. Numerosa multidão o seguia e comprimia. 25Ora, achava-se ali uma mulher que, há doze anos, estava com hemorragia; 26tinha sofrido nas mãos de muitos médicos, gastou tudo o que possuía, e, em vez de melhorar, piorava cada vez mais.
27Tendo ouvido falar de Jesus, aproximou-se dele por detrás, no meio da multidão, e tocou na sua roupa. 28Ela pensava: “Se eu ao menos tocar na roupa dele, ficarei curada”. 29A hemorragia parou imediatamente, e a mulher sentiu dentro de si que estava curada da doença. 30Jesus logo percebeu que uma força tinha saído dele. E, voltando-se no meio da multidão, perguntou: “Quem tocou na minha roupa?” 31Os discípulos disseram: “Estás vendo a multidão que te comprime e ainda perguntas: ‘Quem me tocou’?”
32Ele, porém, olhava ao redor para ver quem havia feito aquilo. 33A mulher, cheia de medo e tremendo, percebendo o que lhe havia acontecido, veio e caiu aos pés de Jesus, e contou-lhe toda a verdade. 34Ele lhe disse: “Filha, a tua fé te curou. Vai em paz e fica curada dessa doença”.
35Ele estava ainda falando, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, e disseram a Jairo: “Tua filha morreu. Por que ainda incomodar o mestre?” 36Jesus ouviu a notícia e disse ao chefe da sinagoga: “Não tenhas medo. Basta ter fé!” 37E não deixou que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e seu irmão João. 38Quando chegaram à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu a confusão e como estavam chorando e gritando.
39Então, ele entrou e disse: “Por que essa confusão e esse choro? A criança não morreu, mas está dormindo”. 40Começaram então a caçoar dele. Mas, ele mandou que todos saíssem, menos o pai e a mãe da menina, e os três discípulos que o acompanhavam. Depois entraram no quarto onde estava a criança. 41Jesus pegou na mão da menina e disse: “Talitá cum” — que quer dizer: “Menina, levanta-te!” 42Ela levantou-se imediatamente e começou a andar, pois tinha doze anos. E todos ficaram admirados. 43Ele recomendou com insistência que ninguém ficasse sabendo daquilo. E mandou dar de comer à menina.

São João Bosco

Nasceu perto de Turim, na Itália, em 1815. Muito cedo conheceu o que significava a palavra sofrimento, pois perdeu o pai tendo apenas 2 anos. Sofreu incompreensões por causa de um irmão muito violento que teve. Dom Bosco quis ser sacerdote, mas sua mãe o alertava: “Se você quer ser padre para ser rico, eu não vou visitá-lo, porque nasci na pobreza e quero morrer nela”.
Logo, Dom Bosco foi crescendo diante do testemunho de sua mãe Margarida, uma mulher de oração e discernimento. Ele teve que sair muito cedo de casa, mas aquele seu desejo de ser padre o acompanhou. Com 26 anos de idade, ele recebeu a graça da ordenação sacerdotal. Um homem carismático, Dom Bosco sofreu. Desde cedo, ele foi visitado por sonhos proféticos que só vieram a se realizar ao longo dos anos. Um homem sensível, de caridade com os jovens, se fez tudo para todos. Dom Bosco foi ao encontro da necessidade e da realidade daqueles jovens que não tinham onde viver, necessitavam de uma nova evangelização, de acolhimento. Um sacerdote corajoso, mas muito incompreendido. Foi chamado de louco por muitos devido à sua ousadia e à sua docilidade ao Divino Espírito Santo.
Dom Bosco, criador dos oratórios. Catequeses e orientações profissionais foram surgindo para os jovens. Enfim, Dom Bosco era um homem voltado para o céu e, por isso, enraizado com o sofrimento humano, especialmente, dos jovens. Grande devoto da Santíssima Virgem Auxiliadora, foi um homem de trabalho e oração. Exemplo para os jovens, foi pai e mestre, como encontramos citado na liturgia de hoje. São João Bosco foi modelo, mas também soube observar tantos outros exemplos. Fundou a Congregação dos Salesianos dedicada à proteção de São Francisco de Sales, que foi o santo da mansidão. Isso que Dom Bosco foi também para aqueles jovens e para muitos, inclusive aqueles que não o compreendiam.
Para a Igreja e para todos nós, é um grande intercessor, porque viveu a intimidade com Nosso Senhor. Homem orante, de um trabalho santificado, em tudo viveu a inspiração de Deus. Deixou uma grande família, um grande exemplo de como viver na graça, fiel a Nosso Senhor Jesus Cristo.
Em 31 de janeiro de 1888, tendo se desgastado por amor a Deus e pela salvação das almas, ele partiu. Mas está conosco no seu testemunho e na sua intercessão.

São João Bosco, rogai por nós!



segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Deus está sempre conosco

"Deus está sempre conosco", recorda Papa


Ao meditar durante a audiência geral no Salmo 138
Inclusive nos momentos mais difíceis da vida, Deus sempre está ao nosso lado, reconhece Bento XVI.
O Papa chegou a esta conclusão na audiência geral desta quarta-feira, na qual junto a cerca de vinte mil peregrinos meditou sobre o Salmo 138, «Deus vê tudo», um «canto de confiança», como ele definiu.
Deixando de lado os papéis, falando em uma praça de São Pedro acariciada por um sol tênue mas agradável, sintetizou a mensagem desta composição bíblica poética com estas palavras: «Deus está sempre conosco».
«Inclusive nas noites escuras de nossa vida, não nos abandona. Inclusive nos momentos difíceis, está presente», assegurou.
«E inclusive na última noite, na última solidão na qual ninguém pode acompanhar-nos, na noite da morte, o Senhor não nos abandona», acrescentou no dia em que se celebrava a memória litúrgica de São João da Cruz, o santo da «noite escura».
O Senhor --seguiu declarando na passagem que improvisou-- «acompanha-nos também nesta última solidão da noite da morte. E por este motivo nós, cristãos, podemos ter confiança: nunca estamos sós. A bondade de Deus sempre está conosco».
Bento XVI já tomou o costume de acrescentar algumas passagens improvisadas à catequese que preparou por escrito. Estas palavras, como sucedeu esta quarta-feira, convertem-se geralmente nas reflexões mais apaixonantes de sua meditação.
«Deus sabe tudo e está presente junto a sua criatura, que não se pode subtrair dEle. Sua presença não é ameaçadora nem quer controlar, ainda que certamente seu olhar também é severo com o mal, ante o qual não é indiferente», havia declarado ao início ao dar leitura de sua intervenção.
«Cada um dos âmbitos do espaço, inclusive o mais secreto, contém uma presença ativa de Deus», sublinhou.
Deus, declarou, «sempre está disposto a tomar-nos pela mão para guiar-nos em nosso caminho terreno. Portanto, não é uma proximidade de julgamento que causa terror, mas de apoio e libertação».
Antes de despedir-se dos peregrinos, o Papa convidou a preparar-se ao Natal com os sentimentos de São João da Cruz, que «nos convida a dirigir o olhar do coração para o mistério escondido em Jesus Cristo, recordando-nos que, quem realmente deseja a sabedoria divina, deseja antes de tudo entrar na profundidade da cruz».


http://www.comshalom.org/formacao/santissimatrindade/deus_esta_sempre_conosco.htm





Evangelho Marcos 5,1-20

Naquele tempo, 1Jesus e seus discípulos chegaram à outra margem do mar, na região dos gerasenos. 2Logo que saiu da barca, um homem possuído por um espírito impuro, saindo de um cemitério, foi a seu encontro.
3Esse homem morava no meio dos túmulos e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. 4Muitas vezes tinha sido amarrado com algemas e correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava as algemas. E ninguém era capaz de dominá-lo.
5Dia e noite ele vagava entre os túmulos e pelos montes, gritando e ferindo-se com pedras. 6Vendo Jesus de longe, o endemoninhado correu, caiu de joelhos diante dele 7e gritou bem alto: “Que tens a ver comigo, Jesus, Filho do Deus altíssimo? Eu te conjuro por Deus, não me atormentes! 8Com efeito, Jesus lhe dizia: “Espírito impuro, sai desse homem!” 9Então Jesus perguntou: “Qual é o teu nome?” O homem respondeu: “Meu nome é ‘Legião’, porque somos muitos”. 10E pedia com insistência para que Jesus não o expulsasse da região.
11Havia aí perto uma grande manada de porcos, pastando na montanha. 12O espírito impuro suplicou, então: “Manda-nos para os porcos, para que entremos neles”. 13Jesus permitiu. Os espíritos impuros saíram do homem e entraram nos porcos. E toda a manada — mais ou menos uns dois mil porcos — atirou-se monte abaixo para dentro do mar, onde se afogou. 14Os homens que guardavam os porcos saíram correndo e espalharam a notícia na cidade e nos campos. E as pessoas foram ver o que havia acontecido. 15Elas foram até Jesus e viram o endemoninhado sentado, vestido e no seu perfeito juízo, aquele mesmo que antes estava possuído por Legião. E ficaram com medo.
16Os que tinham presenciado o fato explicaram-lhes o que havia acontecido com o endemoninhado e com os porcos. 17Então começaram a pedir que Jesus fosse embora da região deles. 18Enquanto Jesus entrava de novo na barca, o homem que tinha sido endemoninhado pediu-lhe que o deixasse ficar com ele. 19Jesus, porém, não permitiu. Entretanto, lhe disse: “Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti”. 20E o homem foi embora e começou a pregar na Decápole tudo o que Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados.

Santa Jacinta Marescotti

Em Roma, em 1585, nasceu Jacinta, dentro de uma família muito nobre, religiosa, com posses, mas que possuía, principalmente, a devoção, o amor acima de tudo. Seus pais faziam de tudo para que os filhos conhecessem Jesus e recebessem uma ótima educação.
Jacinta Marescotti que, então, tinha como nome de batismo Clarisse, foi colocada num convento para a sua educação, numa escola franciscana, juntamente com as irmãs. Uma das irmãs dela já era religiosa franciscana.
Crescendo na educação religiosa, com valores. No entanto, a boa formação sempre respeita a liberdade. Já moça e distante daqueles valores por opção, ela quis casar-se. Saiu da vida religiosa, começou a percorrer caminhos numa vida de pecados, entregue à vaidade, à formosura e aos prazeres. Enfim, ia se esvaziando. Até que outra irmã sua veio a se casar. Sua reação não foi de alegria ou de festa, pelo contrário, com inveja e revolta ela resolveu entrar novamente na vida religiosa.
A consequência foi muito linda, porque ao entrar nesse segundo tempo, ela voltou como estava: vazia, empurrada por ela própria, pela revolta. Lá dentro, ela foi visitada por sofrimentos. Seu pai, que tanto ela amava e que lhe dava respaldo material, faleceu, foi assassinado. Ela pegou uma enfermidade que a levou à beira da morte. Naquele momento de dor, ela pôde rever a sua vida e perceber o quanto Deus a amava e o quanto ela não correspondia a esse amor.
Arrependeu-se, quis confessar-se e o sacerdote foi muito firme, inspirado naquele momento a dizer: “Eu só entro para o sacramento da reconciliação se sair, do quarto dela, tudo aquilo que está marcado pelo luxo e pela vaidade”. Até as suas vestes eram de seda, diferente das outras irmãs. Ela aceitou, pois já estava num processo de conversão. Arrependeu-se, confessou-se e, dentro do convento, começou a converter-se.
Jacinta Marescotti de tal forma empenhou-se na vida de oração, de pobreza, de castidade e vivência da regra que tornou-se, mais tarde, mestra de noviças e superiora do convento.
Deus faz maravilhas na vida de quem se deixa converter pelo Seu amor.

Santa Jacinta Marescotti, rogai por nós!



sábado, 28 de janeiro de 2012

Maria, mestra da oração















Maria,  mestra  da oração


Queremos voltar a contemplar Maria como mestra e modelo da nossa oração. O amor feminino, a delicadeza da mulher se abre à ternura de Deus e nos ensina novos caminhos para nos aproximar do Senhor. Maria não começou a rezar depois que foi visitada pelo anjo Gabriel e depois da Encarnação. A Igreja apresenta-nos Maria orante antes da aurora da plenitude dos tempos, antes que ela fosse escolhida como mãe de Jesus.

Maria na sua casa de Nazaré

Não é difícil reconstruir a vida da jovem Maria, filha de Ana e de Joaquim, que vivia num povoado da Galiléia chamado Nazaré. Uma vida de gente pobre, simples, que devia lutar de sol a sol para garantir o próprio sustento e cuidar dos afazeres diários de uma família: limpar a casa, buscar água na bica, socar o arroz no pilão, ir às casas vizinhas para manifestar a solidariedade nos momentos de sofrimento pela morte de alguém, alegrar-se pelo nascimento de um filho ou repartir o pão preparado no forno a lenha... Uma vida simples, mas cheia de amor.
A família de Joaquim e Ana era conhecida e estimada pelo seu trabalho, honestidade e zelo pela Lei do Senhor. Não havia nada de especial. Sua rotina era marcada pela união, amor e compreensão. De manhã, ao meio-dia e ao anoitecer, imagino que a pequena família de Nazaré, deixando de lado os trabalhos, unia-se em oração. Não há dúvida de que Joaquim repetia os textos sagrados ouvidos na sinagoga e convidava a família a estar atenta aos sinais para reconhecer a vinda do Messias, anunciado pelos profetas. Maria prestava atenção a tudo e se colocava em oração. E sonhava com a vinda do Messias, suplicava a Deus que lhe fizesse contemplar a chegada daquele que devia salvar o povo de Javé. Estes desejos e esperança se fazem oração na vida de Maria.
"A oração de Maria nos é revelada na aurora da plenitude dos tempos. Antes da Encarnação do Filho de Deus e antes da efusão do Espírito Santo, sua oração coopera de maneira única com o plano benevolente do Pai" (Cat 2617). Por isso Maria faz-se para nós mestra de oração. Como cada um de nós, ela fundamentou a sua oração na fé e no amor ao Senhor, que vem em socorro do seu povo.
Uma característica da oração de todos os tempos é a esperança. Saber esperar o que ainda não possuímos. O Deus da esperança não leva em conta a nossa matemática; para Ele, mil anos são como um dia, e um dia como mil anos. Nós, homens e mulheres, somos cada vez mais triturados pela pressa, a pressa de tudo. Não sabemos mais esperar.
No entanto, Deus é o Deus da esperança e suas promessas se realizam no decorrer do tempo, lenta mas inexoravelmente. É preciso carregar em nós esta certeza de que toda promessa vai se realizar, e passar esta teologia da esperança a todos os que vivem conosco para que seja transmitida aos que vierem depois.
Maria é a janela da esperança aberta sobre o mundo. Quem tem esperança não pode deixar de rezar, de acreditar que o Deus da história vai mudar o curso das coisas. Todos nós esperamos e, alcançando o que esperamos, assumimos outro ideal, e outra esperança nos anima. A oração de Maria começa a se realizar quando ela se abre ao mistério da concepção, quando pronuncia o seu "sim".
Quem reza não faz muitas perguntas a Deus, não duvida de sua ação. Sente, como Maria, medo e insegurança, tenta compreender, mas entrega-se plenamente nas mãos do Senhor. Por isso encontramos Maria plenamente dócil à ação do Espírito Santo que a conduz por caminhos para ela desconhecidos. Maria reza "na Anunciação para a concepção de Cristo, em Pentecostes para a formação da Igreja, Corpo de Cristo" (Cat 2617).

O nosso fiat... Sim incondicional

Há momentos em que dizer "sim" ao projeto de Deus é extremamente difícil, mas é o que Deus quer dos seus amados. A Deus não se pode dar resposta medíocre ou parcial.
Contemplar o Fiat de Maria é descer ao íntimo de sua humanidade, de seu mistério. O mistério não se revela uma vez por todas, mas lentamente se abre os nossos olhos e Deus nos faz compreender o que irá acontecer. Por isso Maria conservava todas as coisas no seu coração, ia meditando-as para que tudo se fizesse realidade. Toda pessoa de fé caminha na noite, mas tem no coração a certeza que, um dia, o sol brilhará em todo o seu esplendor. Aprender na escola de Maria, mestra da oração, a dizer "sim" é deixar-se conduzir plenamente pela mão de Deus, sem saber aonde Ele nos conduzirá. O Fiat envolve toda a nossa inteligência e exige a resposta da fé.
O nosso sim, à imitação de Maria, deve ser total, incondicional, mesmo quando não compreendemos, mesmo na revolta da nossa natureza; ou quando a cruz nos parece mais pesada; ou ao nosso redor as trevas se fazem mais espessas; quando o grito da dor rompe do nosso coração; quando nada parece ter sentido e nos sentimos sozinhos, sem apoio, é exatamente nesses momentos que devemos ter a coragem de dizer FIAT - faça-se!
"Na fé de sua humilde serva, o dom de Deus encontra o acolhimento que esperava desde o começo dos tempos. Aquela que o Todo-poderoso tornou 'cheia de graça' responde pela oferenda de todo seu ser: 'eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo tua palavra'. Fiat, esta é a oração cristã: ser todo dele porque Ele é todo nosso" (Cat 2617).

Contemplação de olhos abertos

Ensinaram-nos que a contemplação acontece quando ficamos de olhos fechados, despreocupados de tudo o que pode acontecer ao nosso redor. Que o contemplativo é alguém meio alienado, que mergulha no seu próprio ser sem sentir mais o peso da vida e sem se angustiar pelas milhares de pessoas que, a cada dia, morrem de fome ou lutam para reconquistar a própria liberdade.
Deram-nos a imagem do contemplativo como alguém meio estranho, distante de tudo, preocupado apenas com seus cânticos e rezas, mas pouco atento ao que acontece na vida de cada dia, afinal, "ser contemplativo é interceder pelos outros sem saber por que; é Deus quem vai saber como 'distribuir' as orações que recebe". Nada de mais aberrante e sem fundamentação!
Maria, a intercessora, contemplativa, está toda atenta nas bodas de Caná; não foge para se retirar em oração, esconder-se aos olhos dos outros. Gosto de imaginar Maria de pé, entre a sala dos convidados e a cozinha, olhando tudo o que vai acontecendo. E ao perceber que os servidores não passam mais rapidamente para servir o vinho, ela não fica indiferente, mas se preocupa e tenta solucionar o problema.
"Não têm mais vinho!" Estas palavras têm uma força toda especial na nossa vida orante. Não é suficiente suplicar, é preciso conhecer os sofrimentos dos irmãos pelos quais rezo. A oração nasce da realidade, da vida. Quanto mais estivermos no meio do povo, mais perceberemos suas necessidades. Portanto, a Igreja quer que os contemplativos e as contemplativas estejam informadas sobre o que acontece no mundo e na Igreja. Viver os problemas dos outros estando ao lado... Não se pode assumir o que não se conhece.
Maria, nas bodas de Caná, nos faz compreender que a vida é sempre festa, alegria, aliança, matrimônio. Não se celebra uma festa sozinho, separado dos outros. Mas muitas vezes a festa é estragada pela falta de pequenas ou grande coisas. O maior pecado é o egoísmo, que nos impede de ver que vinho falta na grande festa da vida: o vinho da fé, do amor, da esperança.
"O Evangelho nos revela como Maria ora e intercede na fé: em Caná a mãe de Jesus pede a seu filho pelas necessidades de um banquete de núpcias, sinal de outro Banquete, o das núpcias do Cordeiro que dá seu Corpo e Sangue a pedido da Igreja, sua Esposa. E é na hora da nova Aliança, ao pé da Cruz, que Maria é ouvida como a Mulher, a nova Eva, a verdadeira 'mãe dos vivos'" (Cat 2618).

Olhando o futuro

O orante não pode se fixar no passado, agradecendo; ou no presente, louvando; mas o seu olhar profético enxerga longe e contempla o futuro. O Magnificat de Maria é o canto do futuro. Ela mesma, tomada pelo Espírito Santo na visita à sua prima Isabel, diz: "Todas as gerações me chamarão de bem-aventurada"... O bem que fazemos hoje não pode permanecer enterrado, mas será cantado por todas as gerações que virão. Como é maravilhoso contemplar a história dos grandes profetas, santos que continuam vivos na história de sempre. Suas palavras e gestos permanecem para nós como modelo de vida e nos estimulam!
Maria contempla o futuro. Sabe que pelo seu "sim" o mundo não será mais o mesmo, algo extraordinário acontecerá. A nossa oração deve ser fermento escondido que vai transformando o futuro; somos semeadores. Uma vez Jesus disse, para animar os apóstolos no ministério às vezes árduo e difícil: "Vocês recolhem o que os outros semearam, e os outros recolherão o que os outros semearem"... O orante não se preocupa em fazer colheita, mas em lançar as sementes abundantemente, sabendo que elas, quer estejamos dormindo ou acordados, germinarão pela força que lhes é própria.
"Por isso o cântico de Maria, o 'Magnificat' latino, o 'Megalynário' bizantino, é ao mesmo tempo o cântico da Mãe de Deus e o da Igreja, cântico da Filha de Sião e do novo Povo de Deus, cântico de ação de graças pela plenitude de graças distribuídas na Economia da salvação, cântico dos 'pobres', cuja esperança é satisfeita pela realização das promessas feitas a nossos 'pais' em favor de Abraão e de sua descendência para sempre" (Cat 2619).
A nossa oração, com Maria, recupera o sentido genuíno da fé, da esperança e do amor. Maria nos convida a olhar o nosso futuro, a sermos semeadores de esperança, a dizer corajosamente no "aqui e agora" o nosso 'sim', grávido das conseqüências do amor e da libertação. Em momento algum da vida de Nossa Senhora encontramos desesperança ou tristeza, mas sempre ânimo e coragem. A oração é a fonte de todo o bem que está escondido dentro de nós. O orante nunca, seja qual for a situação em que se encontra, será desanimado, ele vive a chama da esperança e do amor.
Aprender a rezar com Maria é percorrer novamente a sua vida, de Nazaré ao Calvário, do Calvário ao Cenáculo... Sempre animada e dócil ao Espírito Santo, que faz dela a primeira mulher evangelizada e a primeira evangelizadora. Maria se apresenta como modelo pleno de todas as virtudes; nela o amor habitou em plenitude, por isso se torna nossa mãe, modelo e mestra.
Releia lentamente o Magnificat (Lc 1,46-55) e as Bodas de Caná (Jo 2,1-11). Reviva em seu coração as atitudes de súplica e louvor, e se entregue, nos momentos difíceis e incompreensíveis de sua vida, nas mãos de Deus, pronunciando as palavras de Maria, grávidas de fé pura: FIAT. Esta é a assinatura que deve constar no final de todas as nossas orações.
"Que alegria pensar que a Virgem Imaculada é nossa mãe! Ela nos ama e conhece nossa fraqueza, que temos a temer?" (Santa Teresinha).

http://www.comshalom.org/formacao/maria/maria_mestra.html

Evangelho Marcos 4,35-41

35Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem!” 36Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” 39Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento cessou e houve uma grande calmaria. 40Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” 41Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?”


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Santo Tomás de Aquino

Neste dia lembramos uma das maiores figuras da teologia católica: Santo Tomás de Aquino. Conta-se que, quando criança, com cinco anos, Tomás, ao ouvir os monges cantando louvores a Deus, cheio de admiração perguntou: "Quem é Deus?".
A vida de santidade de Santo Tomás foi caracterizada pelo esforço em responder, inspiradamente para si, para os gentios e a todos sobre os Mistérios de Deus. Nasceu em 1225 numa nobre família, a qual lhe proporcionou ótima formação, porém, visando a honra e a riqueza do inteligente jovem, e não a Ordem Dominicana, que pobre e mendicante atraia o coração de Aquino.
Diante da oposição familiar, principalmente da mãe condessa, Tomás chegou a viajar às escondidas para Roma com dezenove anos, para um mosteiro dominicano. No entanto, ao ser enviado a Paris, foi preso pelos irmãos servidores do Império. Levado ao lar paterno, ficou, ordenado pela mãe, um tempo detido. Tudo isto com a finalidade de fazê-lo desistir da vocação, mas nada adiantou.
Livre e obediente à voz do Senhor, prosseguiu nos estudos sendo discípulo do mestre Alberto Magno. A vida de Santo Tomás de Aquino foi tomada por uma forte espiritualidade eucarística, na arte de pesquisar, elaborar, aprender e ensinar pela Filosofia e Teologia os Mistérios do Amor de Deus.
Pregador oficial, professor e consultor da Ordem, Santo Tomás escreveu, dentre tantas obras, a Suma Teológica e a Suma contra os gentios. Chamado "Doutor Angélico", Tomás faleceu em 1274, deixando para a Igreja o testemunho e, praticamente, a síntese do pensamento católico.

Santo Tomás de Aquino, rogai por nós!



sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ESPIRITUALIDADE

A oração atravessa toda a vida de Jesus - Papa Bento XVI


Nas últimas catequeses reflectimos sobre alguns exemplos de oração no Antigo Testamento, e hoje gostaria de começar a olhar para Jesus, para a sua oração, que atravessa toda a sua vida, como um canal secreto que irriga a existência, as relações e os gestos, e que O guia, com firmeza progressiva, rumo ao dom total de Si mesmo, segundo o desígnio de amor de Deus Pai. Jesus é o Mestre também das nossas orações, aliás, Ele é o nosso sustento concreto e fraterno, cada vez que nos dirigimos ao Pai. Verdadeiramente, como resume um título do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, «a oração é plenamente revelada e realizada em Jesus» (nn. 541-547). Nas próximas catequeses desejamos olhar para Ele.
Um momento particularmente significativo deste seu caminho é a oração que se segue ao baptismo, ao qual se submete no rio Jordão. O Evangelista Lucas escreve que Jesus, depois de ter recebido, juntamente com todo o povo, o baptismo das mãos de João Baptista, entra numa oração extremamente pessoal e prolongada: «Todo o povo tinha sido baptizado; tendo Jesus sido baptizado também, e estando Ele a orar, o céu abriu-se e o Espírito Santo desceu sobre Ele» (Lc3, 21-22). Precisamente este «estar em oração», em diálogo com o Pai, ilumina a obra que Ele realizou juntamente com muitos do seu povo, que acorreram à margem do Jordão. Rezando, Ele confere a este seu gesto, do baptismo, uma característica exclusiva e pessoal.
João Baptista tinha dirigido um apelo vigoroso a viver verdadeiramente como «filhos de Abraão», convertendo-se para o bem e produzindo frutos dignos de tal mudança (cf. Lc 3, 7-9). E um grande número de israelitas moveu-se, como recorda o Evangelista Marcos, o qual escreve: «Saíam ao seu encontro [de João] todos os habitantes da Judeia e de Jerusalém, e eram baptizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados» (Mc 1, 5). João Baptista anunciava algo realmente novo: submeter-se ao baptismo devia marcar uma mudança determinante, abandonar um comportamento ligado ao pecado e começar uma vida nova. Também Jesus acolhe este convite, entra na multidão triste dos pecadores que esperam à margem do Jordão. Mas, como aos primeiros cristãos, também em nós surge a interrogação: por que Jesus se submete voluntariamente a este baptismo de penitência e de conversão? Não tem pecados para confessar, não tinha pecados, e portanto também não tinha necessidade de se converter. Então, por que este gesto? O Evangelista Mateus descreve a admiração de João Baptista, que afirma: «Eu é que tenho necessidade de ser baptizado por ti e Tu vens a mim?» (Mt 3, 14), e a resposta de Jesus: «Deixa por agora. Convém que cumpramos assim toda a justiça» (v. 15). O sentido da palavra «justiça» no mundo bíblico é aceitar plenamente a vontade de Deus. Jesus mostra a sua proximidade àquela parte do seu povo que, seguindo João Baptista, reconhece que é insuficiente o simples considerar-se filho de Abraão, mas quer cumprir a vontade de Deus, deseja comprometer-se para que o seu comportamento seja uma resposta fiel à aliança oferecida por Deus em Abraão. Então, descendo ao rio Jordão, Jesus sem pecado torna visível a sua solidariedade para com aqueles que reconhecem os próprios pecados, escolher arrepender-se e mudar de vida; faz compreender que pertencer ao povo de Deus significa entrar numa perspectiva de novidade de vida, de vida segundo Deus.
Neste gesto, Jesus antecipa a cruz, dá início à sua actividade assumindo o lugar dos pecadores, carregando sobre os seus ombros o peso da culpa da humanidade inteira, cumprindo a vontade do Pai. Recolhendo-se em oração, Jesus mostra o vínculo íntimo com o Pai que está nos Céus, experimenta a sua paternidade, captura a beleza exigente do seu amor e, no diálogo com o Pai, recebe a confirmação da sua missão. Nas palavras que ressoam do Céu (cf. Lc 3, 22) há a referência antecipada ao mistério pascal, à cruz e à ressurreição. A voz divina define-o «O meu Filho muito amado», evocando Isaac, o amadíssimo filho que o pai Abraão estava disposto a sacrificar, segundo a ordem de Deus (cf. Gn 22, 1-14). Jesus não é só o Filho de David,descendente messiânico real, ou o Servo do qual Deus se compraz, mas é também o Filho unigénito, o amado, semelhante a Issac, que Deus Pai oferece para a salvação do mundo. No momento em que, através da oração, Jesus vive em profundidade a própria filiação e a experiência da paternidade de Deus (cf. Lc 3, 22b), desce o Espírito Santo (cf. Lc 3, 22a), que o guia na sua missão e que Ele efundirá depois de ter sido elevado na cruz (cf. Jo 1, 32-34; 7, 37-39), para que ilumine a obra da Igreja. Na oração, Jesus vive um contacto ininterrupto com o Pai, para realizar até ao fim o desígnio de amor pelos homens.
No fundo desta oração extraordinária encontra-se toda a existência de Jesus, vivida numa família profundamente ligada à tradição religiosa do povo de Israel. Demonstram-no as referências que encontramos nos Evangelhos: a sua circuncisão (cf. Lc 2, 21) e a sua apresentação no templo (cf.Lc 2, 22-24), assim como a educação e a formação em Nazaré, na casa santa (cf. Lc 2, 39-40 e 2, 51-52). Trata-se de «cerca de trinta anos» (Lc 3, 23), um tempo prolongado de vita escondida e útil, embora com as experiências de participação em momentos de expressão religiosa comunitária, come as peregrinações a Jerusalém (cf. Lc 2, 41). Narrando-nos o episódio de Jesus no templo quando tinha doze anos, sentado no meio dos doutores (cf. Lc 2, 42-52), o Evangelista Lucas deixa entrever como Jesus, que reza depois do baptismo no Jordão, tem um prolongado hábito de oração íntima com Deus Pai, arraigada nas tradições, no estilo da sua família e nas experiências decisivas nela vividas. A resposta do menino de doze anos a Maria e José já indica aquela filiação divina, que a voz celeste manifesta após o baptismo: «Por que me procuráveis? Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai?» (Lc 2, 49). Ao sair das águas do Jordão, Jesus não inaugura a sua oração, mas continua a sua relação constante, habitual com o Pai; e é nesta união íntima com Ele que realiza a passagem da vida escondida de Nazaré, para o seu ministério público.
O ensinamento de Jesus sobre a oração deriva, sem dúvida, do seu modo de rezar, adquirido em família, mas tem a sua origem profunda e essencial no seu ser o Filho de Deus, na sua relação singular com Deus Pai. À pergunta: De quem aprendeu Jesus a rezar?, o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica assim responde: «Jesus, segundo o seu coração de homem, foi ensinado a rezar por sua Mãe e pela tradição judaica. Mas a sua oração brota de uma fonte secreta, porque Ele é o Filho eterno de Deus que, na sua santa humanidade, dirige a seu Pai a oração filial perfeita» (n. 541).
Na narração evangélica, as ambientações da oração de Jesus colocam-se sempre na encruzilhada entre a inserção na tradição do seu povo e a novidade de uma relação pessoal singular com Deus. «O lugar deserto» (cf. Mc 1, 35; Lc 5, 16) em que se retira com frequência, «o monte» onde sobe para rezar (cf. Lc 6, 12; 9, 28) e «a noite» que lhe permite a solidão (cf. Mc 1, 35; 6, 46-47; Lc 6, 12) evocam momentos do caminho da revelação de Deus no Antigo Testamento, indicando a continuidade do seu desígnio salvífico. Mas, ao mesmo tempo, indicam momentos de importância particular para Jesus que, de modo consciente, se insere neste plano, totalmente fiel à vontade do Pai.
Também na nossa oração temos que aprender, cada vez mais, a entrar nesta história de salvação, cujo ápice é Jesus, renovar diante de Deus a nossa decisão pessoal para nos abrirmos à sua vontade, pedir-lhe a força de conformar a nossa vontade com a sua, em toda a nossa vida, em obediência ao seu desígnio de amor por nós.
A oração de Jesus diz respeito a todas as fase do seu ministério e a todos os seus dias. As dificuldades não a impedem. Aliás, os Evangelhos deixam transparecer um hábito de Jesus, de transcorrer em oração uma parte da noite. O Evangelista Marcos narra uma destas noites, depois do dia pesado da multiplicação dos pães, e escreve: «Jesus obrigou logo os seus discípulos a subirem para o barco e a irem à frente, outro outro lado, rumo a Betsaida, enquanto Ele próprio despedia a multidão. Depois de os ter despedido, foi ao monte para orar. Já era noite, o barco estava no meio do mar e Ele sozinho em terra» (Mc 6, 45-47). Quando as decisões se fazem urgentes e complexas, a sua prece torna-se mais prolongada e intensa. Na iminência da escolha dos doze Apóstolos, por exemplo, Lucas sublinha a duração da oração preparatória de Jesus à noite: «Naqueles dias, Jesus foi para o monte fazer a oração e passou toda a noite a orar a Deus. Quando nasceu o dia, convocou os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de Apóstolos» (Lc 6, 12-13).
Olhando para a oração de Jesus, em nós deve surgir uma pergunta: como rezo eu, como oramos nós? Que tempo dedico à relação com Deus? Tem-se hoje uma educação e formação suficiente para a oração? E quem pode ser mestre nisto? Na Exortação Apostólica Verbum Domini falei sobre a importância da leitura orante da Sagrada Escritura. Reunindo o que sobressaiu na Assembleia do Sínodo dos Bispos, pus em evidência especial a forma específica da lectio divina. Ouvir, meditar e silenciar diante do Senhor que fala é uma arte, que se aprende praticando-a com constância. Certamente, a oração é um dom, que todavia é necessário acolher; é obra de Deus, mas exige o nosso compromisso e continuidade; sobretudo, a continuidade e a constância são importantes. Precisamente a experiência exemplar de Jesus mostra que a sua oração, animada pela paternidade de Deus e pela comunhão do Espírito, aprofundou-se num exercício prolongado e fiel, até ao Horto das Oliveiras e à Cruz. Hoje, os cristãos são chamados a tornar-se testemunhas de oração, precisamente porque o nosso mundo se encontra muitas vezes fechado ao horizonte divino e à esperança que contém o encontro com Deus. Na amizade profunda com Jesus e vivendo nele e com Ele a relação filial com o Pai, através da nossa oração fiel e constante, podemos abrir janelas para o Céu de Deus. Aliás, ao percorrer o caminho da oração, sem uma consideração humana, podemos ajudar outros a percorrê-lo: também para a oração cristã é verdade que, caminhando, se abrem veredas.
Amados irmãos e irmãs, eduquemo-nos para uma relação intensa com Deus, para uma prece que não seja esporádica, mas constante, cheia de confiança, capaz de iluminar a nossa vida, como nos ensina Jesus. E peçamos-lhe que possamos comunicar às pessoas que estão próximas de nós, àqueles que encontramos ao longo do nosso caminho, a alegria do encontro com o Senhor, Luz para a nossa existência. Obrigado!

Fonte: http://www.vatican.va - Papa Bento XVI - 30 de Novembro de 2011 - Audiência Geral

ESPIRITUALIDADE

O sacerdócio é paixão pela missão confiada por Cristo, não pelos sucessos


Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 07-11-2011, Gaudium Press) “Antes de tudo, no chamado ao ministério sacerdotal, existe o encontro com Jesus, o ser fascinado, despertado pelas suas palavras, seus gestos e sua pessoa”, recordou o Papa Bento XVI, na última sexta-feira, 4, durante as vésperas na Basílica vaticana para o início do Ano Acadêmico e o 70° aniversário da Pontíficia Obra para as Vocações Sacerdotais.
O aniversário foi uma ocasião para recordar os três elementos essenciais na vida sacerdotal: “a aspiração a colaborar com Jesus na difusão do Reino de Deus”; “a gratuidade do empenho pastoral”; “e a atitude do serviço”.
Ao falar sobre a vocação sacerdotal à numerosa presença de sacerdotes estudantes, o Papa reafirmou que a própria raíz está na ação redentora e salvífica do Pai realizada por Cristo. Por isso em segundo lugar, os sacerdotes devem ser “administradores dos Mistérios de Deus não por vergonhoso interesse, mas com ânimo generoso”.
O essencial do sacerdócio, segundo o Santo Padre, é a natureza sacramental do mesmo, isto é, “abrir-se à ação de Deus, escolhendo cotidianamente doar a si próprios para Ele e pelos irmãos, porque o chamado do Senhor ao ministério não é fruto de méritos particulares, mas é o dom de acolher, mesmo que aquilo não corresponda aos nossos desejos de autorealização, a Cruz é o centro da vida sacerdotal, não sucessos”.
Bento XVI continuou sua apresentação dizendo que o “ser sacerdote também precisa da exemplaridade da vida”. Segundo o pontífice, os ministros sacerdotais são dispensadores dos meios de salvação através “do cuidado atento do rebanho, da celebração fiel da liturgia e da pronta solicitude para todos os irmãos, especialmente aqueles mais pobres e necessitados”.
Aos sacerdotes estudantes e seminaristas presentes o Papa recordou a importância da preparação “também através de um estudo sério e empenhado, a servir o Povo de Deus nos trabalhos que serão confiados”. Neste sentido, Bento XVI destacou que estudar em Roma, além disso, é também “um dom precioso pela oportunidade de respirar a catolicidade da Igreja”.
A Pontifícia Obra para as Vocações Sacerdotais foi instituída pelo Papa Pio XII com o Motu Proprio “Cum nobis” há 70 anos, junto à então Congregação dos Seminários e das Universidades dos Estudos, hoje Congregação para a Educação Católica.

Evangelho Marcos 4,26-34

“O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra.

Naquele tempo, 26Jesus disse à multidão: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece.
28A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou”.
30E Jesus continuou: “Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”.
33Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.







SANTO DO DIA

Santa Ângela Mérici
Nasceu no ano de 1474 no norte da Itália. De uma família muito honesta, materialmente pobre, mas espiritualmente riquíssima, amava muito Cristo e sua Igreja. Os filhos foram crescendo assim, com o testemunho dos pais, inclusive Santa Ângela que, desde pequenina, já tinha vida de oração e penitência, buscava amar, cada vez mais, Deus.

Ela teve uma irmã e, com o tempo, seus pais vieram a falecer. Os filhos tiveram que sair de sua terra e morar com um tio. Ali, a irmã faleceu e, mais tarde, o tio. Quantas perdas! Mas Santa Ângela, mulher de oração, nunca acusou Deus, nunca se revoltou. Isso não quer dizer que não sentiu, não sofreu. Até Nosso Senhor, verdadeiro Deus, verdadeiro homem sofreu.
Inspirada pelo Espírito Santo, retornou para a sua terra natal e ali começou a fazer um trabalho muito providencial, confirmado pelo céu, porque teve um sonho de ver jovens com coroas de lírios caminhando para o céu. Naquele discernimento, ela agarrou a inspiração e foi trabalhar servindo jovens que corriam riscos morais.
O grupo daquele que se dedicavam a Deus foi crescendo, servindo no resgate à evangelização dos jovens e também na restauração das famílias. Ela foi com o coração aberto, cheio de amor para auxiliar, com as outras jovens, as famílias. Promoveu a restauração das jovens, das famílias, também foi ao encontro dos pobres e enfermos.
O Papa aprovou esta nova congregação que foi consagrada a Santa Úrsula, por isso, eram chamadas ursulinas, pois a própria Santa Úrsula apareceu para Santa Ângela. Ela que, aos 66 anos, partiu para o céu, hoje intercede não só pelas ursulinas, mas por todos que são Igreja.

Santa Ângela Mérici, rogai por nós!







segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Santo Ildefonso

23 de Janeiro

Nasceu no ano de 606, em Toledo, no dia 8 de dezembro. Um homem de oração, foi discernindo a vontade de Deus também nas perdas. Ficou órfão e, em meio aos bens que possuía, fez de tudo para a construção de um mosteiro para religiosos. Um homem de discernimento, que não quer dizer sem medo, sem dificuldades.
Os santos não foram super-homens, mas pessoas de carne e osso que foram se deixando transformar por Aquele que é o santo dos santos: Jesus Cristo. Ele que, pelo poder do Espírito Santo, opera maravilhas no coração que se abre.
Santo Ildefonso, um coração aberto para as vontades de Deus, mesmo contra a própria vontade. Aconteceu que o Bispo de sua localidade havia falecido e o povo o elegeu. Ele se escondeu num convento, mas foi descoberto e aceitou este grande serviço para o povo de Deus. Foi um grande instrumento de Deus e devoto da Santíssima Virgem.
Ele propagou a Festa da Expectação de Nossa Senhora, em 18 de dezembro – Nossa Senhora do Ó, como ficou conhecida. Fruto desse amor, ele recebeu a graça de uma aparição da Virgem Maria, chamando-o de “meu capelão” e presenteando-o com uma casula do céu. Assim diz o seu testemunho.
Um homem revestido de humildade, de vida, de oração na vida sacramental, por isso foi um grande pastor para o seu povo. Não evangelizou sozinho, pois os santos bem sabiam e continuam a saber o quanto nós precisamos uns dos outros para que a evangelização aconteça, para que muitos conheçam esse doce nome que tem nosso Senhor Jesus Cristo. Os santos foram aqueles que se consumiram pelo Evangelho para que muitos conheçam Jesus Cristo.

Santo Ildefonso, rogai por nós!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Santa Missa


O Pe. Neimar celebrou a santa missa na Paróquia São Gabriel de Ametista do Sul.

Presença da Comunidade

Este final de semana foi especial para todos os membros da Comunidade de Vida e Aliança.

No sábado, 14 de janeiro, o Pe. Neimar celebrou o sacramento do matrimônio de Fábio Zanardi e Juliana Vailoes. Um casal jovem, amigos da Comunidade. Parabéns pela sua vocação!

Confira algumas fotos:



Parabéns ao novo casal!

Que o compromisso assumido neste dia se´ja lembrado e renovad todos os dias!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

SANTA MISSA

Que bênção!

Agora, temos missa na Comunidade todas as quartas-feiras, as 19:30h.

O Pe. Neimar celebra para a Comunidade e para todos aqueles que querem vir participar conosco.


Ao término da Santa Missa temos Adoração ao Santíssimo.

Venha celebrar conosco.

Você pode, através do nosso e-mail: moradadosenhor2010@hotmail.com
enviar sua intenção de missa.